
Cobain está entre nós.
Gus Van Sant é conhecido como um realizador inovador e de referência no cinema independente americano. Os seus filmes são marcados por uma linhagem pouco usual e uma densidade dramática sem paralelo. Nas suas mais recentes obras tem vindo a aperfeiçoar a sua técnica, são exemplo disso Gerry e Elephant que deixam o espectador entrar na profundidade dos personagens através de seguimentos de longos planos - trabalhados ao mais ínfimo pormenor - e de representações expressivas e que dispensam diálogos. Em Last Days a fórmula repete-se e é esticada até ao seu limite.
Sem querer utilizar o nome de Kurt Cobain no seu filme, o realizador utiliza um jovem, Blake, que é inspirado pelo cantor dos Nirvana, mas é também representativo de uma geração marcada pela cultura grunge, insatisfeitos com o mundo em decadência que os rodeia entregues à droga como escape da realidade. A revolta liberta-se através da música, mas o vazio da constante insatisfação face à vida consome-os.
Blake é um músico que se vê absorvido por toda a fama que o rodeia, o seu talento passa a ser só mais um produto consumido pelas massas o que gera em si um conflito interior. Por um lado a sua dependência da música, por outro a forma como as motivações que a levaram a fazê-la começam a desaparecer.
As drogas são a principal razão que levam à apatia e paranóia de Blake. Gus Van Sant guia-nos pelos últimos dias do cantor, arrastando a câmera, seguindo todos seus movimentos. Algo parecido com um morto-vivo on drugs, completamente alheado de tudo o que o rodeia, construindo o seu próprio mundo-fantasma e cujo único elo de ligação com o real é a música.
A história tem momentos interessantes, o realizador sabe o que faz e não deixa nada ao acaso, mas a visualização torna-se uma experiência penosa para o espectador. Todo o filme é o que poderiamos chamar um momento-morto, mas com estilo. Se em Elephant existia toda uma realidade envolvente aos personagens centrais que prendia uma pessoa ao ecrã, em Last Days a envolvente é dispensável. Os personagens secundários são utilizados para mostrar o mundo que rodeia Blake, masrcado pelas drogas, por um liberalismo sexual excessivo e especialmente por uma despreocupação face à vida. Mas são apenas uma contextualização do personagem principal, pouco fundamentais para o desenlace da história.
No meio da monotonia do filme destaco duas cenas que me parecem incontornáveis. A primeira quando Blake, dentro do estúdio de gravação, cria uma música que espelha na perfeição o seu estado de espírito. A segunda, que, caso ainda houvessem dúvidas, confirma que o filme é mais do que apenas "inspirado" por Kurt Cobain. Na sala de ensaios Michael Pitt transforma-se no próprio Cobain, entoando uma canção escrita e composta por si, mas que facilmente passaria como um tema dos Nirvana. Mais do que simplesmente representar, Pitt entrega-se de tal forma à música que não damos pela diferença entre o real e o fictício. Por momentos, esquecemo-nos de que o ícone de uma das maiores bandas dos anos 90 morreu em 1994.
Michael Pitt é, portanto, a mais-valia de Last Days. A única, para alguns. Não considero o filme uma total perda de tempo, mas fica a sensação de que havia muito mais para dizer sobre os últimos dias de Kurt Cobain.
 A minha classificação é de: 7/10Etiquetas: Criticas |
Eu comprei o dvd desse filme no dia do lançamento!
xeguei em casa super animada!
MAIS ESSE FILME É UMA BOSTA!!!
ESSE DIRETOR TBM!!!!
ODEIO TDS OS FILMES DELE... Q NW TEM NEM TEXTOS!!!
UM COCOZÃO!!
EU CONCORDO Q AS MUSICAS SÃO BOAS..
MAS O FILME nw dah para entender!
realmente... esperava mto mais....